Então estamos chegando no meado de Novembro e me dou conta de que meu pedido do último Réveilon foi muito bem atendido e que está prestes a expirar.

(Será que o pedido vale apenas para o ano que entra? Como funciona isso? Superstições à parte, vamos aos fatos…)

Meu pedido foi: Menos Paz.

Foi isso mesmo. Eu quis sair do clichê de desejar paz, usar branco, buscar alguma estabilidade… Decidi que estava na hora de me colocar em certas arenas da vida, ultrapassando alguns limites das zonas conhecidas de conforto.

Mas tudo seria por um propósito maior. Não desejei menos paz à toa. Desejei que a paz dos movimento que não fazemos, fosse quebrada. Que a paz do conflito que evitamos, mas nos breca de dar o próximo passo, fosse deletada. Tudo em prol de podermos percorrer o caminho que nos cabe.

De uma certa forma, pedi que a vida me trouxesse os problemas que eu preciso resolver, para que atinja destinos que me esperam. Paz demais pode nos deixar muito acomodados em lugares que ainda não são nossos. Lugares emocionais, lugares físicos, lugares relacionais.

Porém em ocasião próxima a esta festa de réveillon, fui informada que seria obrigatório estar de branco para participar da virada na pousada que iria. Neste momento meu traje “anti-paz” foi desmoronado. Teria que ir com a cor que representa a paz, mesmo desejando “menos-paz”.

A minha calça pantalona vermelha e rosa precisou ficar intacta, sendo substituída pela calça jeans branca, que na ocasião levava na mala pois começaria o ano atendendo (trabalhando) nos primeiros dias de Janeiro. Mas para não abrir mão de pelo menos alguma representação do meu real voto para este ano, mantive no look a minha sandália vermelha.

Parece que o Universo ouviu rapidamente a proposta e saí do meu inverno de hibernação amorosa já no início do ano, exercitando viver o simples, o fácil e recebendo os presentes da vida. Para assim ganhar fôlego para terminar de receber alguns “nãos” que estavam congelados e saber onde estão os meus “bem-me-quer” e os “mal-me-quer”.

Com isso, ao longo do ano também me permiti em diversos campos, um fluxo maior de dizer os “sim e não” que estavam aguardando a oportunidade de poder quebrar a paz, para acontecerem.

O interessante é que depois das conturbações, que colocam as coisas onde precisam estar, sentimos inevitavelmente um sentimento de… Paz.

E o ciclo continua, aceitar quebrar a paz-permanente, para reencontrar os sentidos de para onde estamos indo, pode  trazer um sentimento maior de plenitude.

E você, já pensou em pedir “menos-alguma-coisa” em vez de mais, nos desejos de final de ano? Que adjetivo ou sentimento deve diminuir de volume no ano que entra, para que outras coisas possam florescer nos dias do seu calendário?


Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *